Brasil Império

quarta-feira, 13 de novembro de 2019

Revolta do Malês

Fonte: beduka.com

O palco desse acontecimento foi na capital Salvador, província da Bahia, no dia 25 de janeiro ano de 1835. Na região, havia muitos negros escravos e libertos, a capital baiana era uma das principais cidades escravistas do país, tendo sua população formada por apenas 22% dos brancos livres.Os escravos não se conformaram com a escravidão e imposição da religião católica. Vale ressaltar que os negros de Salvador eram na sua maioria de origem muçulmana, dando origem ao nome da revolta “Malê” oriunda de imalê, expressão que no idioma Iorubá significa muçulmano. A revolta contou com a participação de 600 africanos escravizados, e os líderes dela combinaram para que ela acontecesse no final do Ramadã, mês sagrado para os muçulmanos. A revolta ficou marcada exatamente para o dia de Lailat al-Qadr, a festa da Noite da Glória — momento em que o Corão foi revelado para Muhammad (Maomé), o profeta do islamismo.
O grupo de escravos que formavam o grupo de revoltosos, eram os conhecidos como “negros de ganho”, ou seja, vendiam produtos pelas redondezas e traziam metade do que recebiam para seus donos
A Revolta dos Malês terminou antes mesmo de começar, isto porque a revolta havia sido denunciada e o planejamento ruiu-se, por ser uma revolta com certa motivação religiosa, os escravos revoltosos usavam uma espécie de abada branco e amuletos do islamismo, sendo facilmente identificados.
O combate durou horas em Salvador, tendo como baixas 70 africanos revoltosos e 9 dos que lutavam contra os rebeldes, a Revolta acabou num lugar chamado “Água dos Meninos” onde os africanos encurralados buscaram fugir pelo mar e morreram afogados.
As punições contra os envolvidos foram severas e alcançaram até os libertos que não se envolveram com a dita revolta. Os punidos sofreram com a prisão, o açoite, a deportação e a execução. Ao todo, quatro dos envolvidos foram condenados à morte, sendo eles: Jorge da Cruz Barbosa (Ajahi), Pedro, Gonçalo e Joaquim. Esses quatro foram executados por fuzilamento.
A Revolta teve como líderes: Ahuna; Pacífico Licutan; Sule ou Nicobé; Dassalu ou Damalu; Gustar; Manoel Calafete (liberto); Luís Sanim; e Elesbão do Carmo ou Dandará, e por ter sido denunciada a revolta durou menos de um dia.

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